FacebookLinkedin

Revista TecnoAlimentar

Frulact aumenta vendas em 20%

O facto de as pessoas estarem fechadas em casa leva-as a «consumir mais produtos alimentares, nomeadamente iogurtes, gelados e sobremesas» e isto traduz-se no «aumento de 20% nas vendas no acumulado fevereiro/março, face ao mesmo período em 2019», revela João Miranda, CEO da Frulact.

Frulact

As equipas de suporte funcionam em regime de teletrabalho, mas as da fábrica trabalham em regime presencial, incluindo aos sábados e domingos quando necessário. Perante tal, a Frulact vai contratar mais dez pessoas.

«Temos sorte de estar na fileira do agroalimentar. Nestes tempos faz a diferença», sublinha o CEO, agora administrador não executivo da portuguesa Frulact, fabricante de ingredientes naturais para a indústria alimentar e de bebidas, que foi vendida à sociedade de investimento Ardian no início deste ano. 

João Miranda destaca que existe «um espírito fantástico» e que os colaboradores «estão a trabalhar a tempo inteiro, aos sábados e domingos quando necessário». Por outro lado, está «prevista uma recompensa para os colaboradores operacionais que estão no seu posto de trabalho produtivo», mas ainda está a ser estudada a forma como vai ser efetuada.

Apesar de as linhas de produção estarem a laborar a todo o vapor, «tudo o que tem a ver com desenvolvimento e inovação está parado», afirma João Miranda.

«Estamos a laborar com os níveis de atividade acima do que estava estipulado em todas as unidades”, explica o responsável, recordando que a Frulact opera em nove unidades industriais na Europa, África e América do Norte.

A exceção a este cenário otimista é Marrocos, o único mercado onde as vendas estão em queda e onde a Frulact tem duas fábricas. A justificação, segundo o empresário, prende-se com o facto de, «em momentos de crise, o iogurte ser tido como algo mais gourmet e acima das possibilidades dos consumidores, por isso, estes ajustam, optando por outros tipo de produtos».

A Europa continua a ser o principal destino das vendas da Frulact (57%), seguida da América do Norte (19%), Norte de África e Médio Oriente (14%) e África Austral (10%). Ao todo são 40 os países para os quais a empresa exporta, sendo que o peso do mercado nacional é de apenas 2,5%. Este perfil exportador permitiu à empresa registar, em 2019, um volume de negócios próximo de 115 milhões de euros.

As linhas mestras da Frulact «continuam a ser as mesmas desde 2015» e a venda aos franceses da Ardian não mudou nada. «Estamos a seguir essas orientações. Não há nenhuma perturbação. A palavra de ordem é continuidade», garante João Miranda. Aliás, a permanência do empresário na Frulact insere-se precisamente nessa lógica ainda que, na prática, a venda ainda aguarde luz verde da Autoridade da Concorrência. «Por opção minha, para a empresa não ficar num impasse, dei liberdade às equipas executivas para seguir as orientações macro», acrescentou o responsável, cuja família criou a Frulact em 1987.

A grande mudança que a venda visava era «permitir acelerar o processo de crescimento e obter uma oferta mais alargada de ingredientes de maior valor acrescentado», sublinhou João Miranda.

FONTE: Eco