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Revista TecnoAlimentar

Agroalimentar bate recordes e dá o salto no estrelato das exportações.

Agroalimentar bate recordes e dá o salto no estrelato das exportações. Mercado chinês foi o que mais cresceu nos últimos 5 anos.

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Quem se dedica à produção de alimentos está a viver um momento de algum conforto e o lado amistoso chega por via das exportações. Se no ano passado houve um recorde com 4,9 mil milhões de euros em vendas ao exterior, agora, a meta da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA) subiu para uns inéditos 5 mil milhões, na expectativa de que, este ano, se mantenha a tendência crescente verificada desde o final da crise. Se a nova fasquia for atingida, o agroalimentar vai ficar muito próximo das exportações têxteis (5,2 mil milhões de euros em 2017), acima das do calçado (1,9 mil milhões), mas ainda distante da metalurgia e metalomecânica, cujas expedições passaram os 16 mil milhões de euros.

Apesar de Espanha nos ter comprado menos alimentos transformados no ano passado (-3,5%), França e Reino Unido ajudaram a compensar, ao subirem mais de 8%, mas a grande animação veio de outros destinos, para onde as vendas cresceram a bons dígitos, como o Brasil, com um acréscimo próximo dos 60%, a China perto dos 40%, o Japão a rondar os 30% e a Rússia a aumentar 20%.

Desses países, o presidente da FIPA, Pedro Queirós, destaca a China por ter sido aquele «que mais cresceu como mercado das exportações alimentares portuguesas ao longo dos últimos cinco anos», na ordem dos 65%.

Os resultados de um inquérito citado pela Federação refletem o otimismo que o setor atravessa, com 75% das empresas a manifestarem «expectativas favoráveis» em relação ao futuro e 20% a dizerem acreditar que podem crescer acima de 25% no período 2017-2020.

Para o desempenho ocorrido terão pesado, em especial, a transformação de frutas, de hortícolas, de peixe e de carne e a produção de bebidas – subsetores que cresceram «acima da média» e, no seu conjunto, «terão acrescentado cerca de 950 milhões de euros ao volume de negócios da indústria agroalimentar, nos últimos cinco anos», assinala o dirigente associativo.

Na sua larga maioria, a indústria agroalimentar nacional é bastante diversificada e composta por pequenas e médias empresas, abrangendo um total estimado pela FIPA de 11 322 unidades que, no final de 2017, terão dado emprego a perto de 112 mil trabalhadores, ou seja, 16% do emprego na indústria transformadora.

É assim um dos setores com mais peso na economia nacional, com um volume de negócios acima dos 15 mil milhões de euros, o que representa 15,4% da indústria transformadora.

No contexto, as exportações valem cerca de 30% da faturação. Tal como outros setores tradicionais que estão a avançar tecnologicamente, também o agroalimentar assume ter pela frente «o desafio da retenção de talento» para lidar com a nova realidade.

Por esse motivo, a própria FIPA tem vindo a promover «o diálogo e a proximidade entre instituições de ensino superior e o mundo empresarial para que as necessidades futuras sejam antecipadas».

Fonte: Dinheiro Vivo