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Revista TecnoAlimentar

Estudo: um quinto do que os portugueses comem não consta da roda dos alimentos

Estudo nacional sobre hábitos alimentares revela consumo a mais de carnes, ovos e peixe. Há também mão pesada no açúcar e no sal. Os portugueses estão cada vez mais afastados da dieta mediterrânica.

alimentos

O mais recente Inquérito Alimentar Nacional, que não se fazia desde 1980, revela que os portugueses abusam da carne, peixe, ovos, sal e açúcar e 21% do que comem nem sequer consta da roda dos alimentos.

Segundo o jornal Público, que teve acesso ao documento que vai foi apresentado publicamente esta quinta-feira na reitoria da Universidade do Porto, nestes 21% incluem-se alimentos como refrigerantes, néctares/sumos, cafés/chás/infusões, vinho, cerveja e outras bebidas alcoólicas.

No que diz respeito ao consumo de bebidas alcoólicas, o estudo revela que, por exemplo, 5% dos idosos (105 mil) bebem todos os dias mais de um litro de vinho.

A roda dos alimentos aconselha que o consumo de carnes, ovos e pescado deve representar apenas 5% dos alimentos que consumimos.

O inquérito feito agora conclui que os portugueses comem o triplo, 15%. Mais de 3,5 milhões de pessoas comem mais de 100 gramas de carne por dia, o que, dizem os investigadores, faz soar todos os alarmes de prevenção de cancro do cólon.

Em sentido contrário, as leguminosas e os cereais que deviam representar 32% do que consumimos, fica-se pelo 17%. Quanto aos hortícolas os portugueses comem metade do que aconselha a roda dos alimentos, 11% de consumo face aos 23 pontos percentuais (p.p.) aconselhados.

O abuso de sal não é novidade mas um dos problemas que o estudo detetou é que parte desse abuso passa pelas sopas. Os portugueses consomem em média 7,3 gramas por dia. «Pomos muito sal na sopa», diz Carla Lopes, uma das três pessoas que coordenam este estudo, lembrando que o excesso de sal vai muito além do consumo de alimentos salgados, como o bacalhau.

O estudo aborda ainda a questão do consumo de produtos biológicos sendo esta a preferência de 11,6% dos inquiridos.

O documento revela que 22,3% dos portugueses são obesos. Açores e Alentejo são as zonas do país com piores resultados a nível de obesidade.

O estudo foi feito por um consórcio de investigadores de várias áreas da Universidade do Porto. Foram realizadas 6.553 entrevistas presenciais, em todo o território, entre outubro de 2015 e setembro de 2016.

Fonte: Renascença