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Revista TecnoAlimentar

Consórcio internacional procura soluções para aumentar o tempo de preservação de bactérias probióticas

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a desenvolver e a testar em laboratório, com sucesso, uma nova estratégia de preservação de bactérias lácticas (ou bactérias do ácido láctico - BAL).

A abordagem proposta pela equipa da FCTUC foi desenvolvida no âmbito do projeto internacional PREMIUM (Preserving bacteria with oligosaccharides and eco-friendly processes), financiado pela União Europeia através do programa Horizon 2020, que visa justamente desenvolver novas estratégias de preservação de BAL.

O projeto foi iniciado há dois anos e junta vários centros de investigação e indústria, de cinco países distintos: Argentina, Espanha, França, Portugal e Reino Unido.  

Liderado pelo Institut National de la Recherche Agronomique (França), o consórcio aposta especialmente no desenvolvimento de soluções que empreguem FOS e GOS, uma classe de açúcares de baixo peso molecular associada à proteção e preservação de BAL. 

Esta nova técnica é realizada por combinação de métodos de encapsulação com a incorporação de compostos com propriedades prebióticas, especificamente fruto-oligossacáridos (FOS) e galacto-oligossacáridos (GOS).

"A preservação da qualidade das estirpes de BAL com esses atributos é uma questão central nos processos de produção industrial dos chamados alimentos funcionais, em que se inscrevem, razão pela qual a comunidade científica procura novos métodos para aumentar o tempo e a qualidade de conservação desses microrganismos", é possível ler-se na nota de imprensa emitida pela organização. 

O sistema de encapsulação desenvolvido pela equipa da FCTUC contém oligossacáridos na sua formulação. "Envolvemos em polímeros as bactérias de ácido láctico juntamente com oligossacáridos, utilizando a designada técnica “layer-by-layer” (camada-a-camada), ou seja, em termos simples, aplicamos alternadamente polímeros de cargas opostas, cuja interação eletrostática polímero-substrato e polímero-polímero, permite encapsular as bactérias (i.e. o substrato) de modo a alargar o horizonte temporal da sua preservação", descreve Pedro Simões, coordenador da equipa.

Com os testes realizados em laboratório a revelarem-se promissores, em breve a metodologia vai ser experimentada à escala pré-industrial numa empresa de Granada (Espanha).