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Revista TecnoAlimentar

As áreas de segurança alimentar como pilares da segurança interna

Por: José Belmiro Alves | Mestre em Segurança e Defesa

alimentos

Não há em território nacional, por exemplo nas grandes superfícies comerciais, ou nos entrepostos comerciais, outra questão de segurança interna, nenhum dispositivo de monitorização, por exemplo, da toxina botulínica que poderá ser espalhada sobre reservatórios de água ou sobre géneros alimentícios nas grandes cadeias de supermercados através de um pequeno frasco de spray facilmente dissimulado, e transportado.

A toxina t-2 é característica de culturas como o milho e o trigo e para produzi-la não é necessária tecnologia complicada com a agravante de não poder ser detetada por nenhum sistema de segurança.

A Organização Mundial de Saúde tem vindo a alertar para a questão cada vez mais patente do bioterrorismo. Aliás, o ex-secretário geral da Organização do Tratado Atlântico Norte (doravante designada OTAN), George Robertson, alertou para o cada vez mais consolidado facto do uso de armas biológicas.

E a libertação propositada de microrganismos, devido aos seus efeitos nefastos em pessoas, e animais, tem o potencial de causar o caos num qualquer Estado, derrubando as suas infraestruturas sociopolíticas, deixando qualquer território politicamente organizado numa completa deriva.

O mundo vê-se portanto a braços com personagens atípicas na forma como concretizam os seus objetivos, onde o radicalismo islâmico de inspiração religiosa ganha cada vez mais adeptos e onde organizações terroristas como a Al Qaeda, e associados, souberam otimizar o lado negro da globalização a um tal ponto que conseguiram abalar as fundações seculares dos Estados-Nação preparados para uma intervenção soviética e não para uma mutação repentina de todos os conceitos de segurança, seja interna, seja externa (Alves 2010, 1).

É do atípico na forma de agir que partirão ações bioterroristas como a utilização de vírus, e bactérias, numa miscelânea e organizações criminosas com células terroristas, que só um binómio segurança interna e defesa nacional poderá combater ou pelo menos, poderá melhor prevenir, através de ações de maior envergadura por parte dos órgãos de polícia criminal (abreviadamente designado OPC) mais direcionados para esse tipo de realidade.

E é precisamente aqui que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica poderá ter um papel decisivo através do seu Departamento de Riscos Alimentares e Laboratórios, onde se procede à análise e avaliação dos riscos biológicos, e químicos, por intermédio de uma abordagem multidisciplinar e multissetorial.

(Continua)

Aceda ao artigo na íntegra na edição n.º 8 da edição impressa da Revista TecnoAlimentar.

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