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Revista TecnoAlimentar

ANICP lança campanha "Vamos conservar o que é nosso" para a promoção e revitalização das conservas nacionais

O objetivo da campanha "Vamos conservar o que é nosso" passa pela promoção do património gastronómico das conservas portuguesas. O evento de apresentação aconteceu dia 22 de junho, via plataforma Zoom, tendo contado com a presença de Ricardo Serrão Santos, ministro do Mar, José Maria Freitas, presidente da ANICP, e Isabel Tato, secretária-geral da ANICP.

Vamos conservar o que é nosso

A campanha para as conservas de peixe fabricadas em Portugal surge num momento essencial, tendo em conta a atual valorização dos alimentos em conserva e a forte atividade do setor, o qual exporta anualmente cerca de 70% da produção. A campanha segue o lema ‘Vamos conservar o que é nosso’ e tem, ainda, como propósito sensibilizar o público para os produtos da pesca e da aquicultura sustentáveis, apresentando as conservas enquanto exemplo distintivo de tradição e excelência da indústria e superioridade do peixe.

Luís Rosendo, da ANICP, realizou a moderação da discussão que foi iniciada por José Maria Freitas, presidente da ANICP, que começou por saudar os restantes palestrantes e assistentes, realçando a adequação ao modelo digital de reunião face a pandemia.

«A ANICP apresenta hoje um trabalho de meses de preparação e que surge num momento muito relevante para as conservas», começou por afirmar, realçando que «é necessário diferenciar e valorizar as conservas portuguesas face à concorrência - produtos de baixa qualidade e mais baratos -, reposicionar as conservas portuguesas através de uma estratégia de valorização sustentada pela qualidade, a origem, a tradição, a praticidade na confeção, mas também enquanto produto saudável, e, sobretudo, criar um ecossistema de valorização das conservas portuguesas, visando agregar tradição, inovação e competitividade às marcas da indústria conserveira».

Além de destacar a qualidade dos produtos nacionais, José Maria Freitas aproveitou para evidenciar «o papel relevante do ponto de vista ecoónimo e social» do setor das conservas.

A ANICP identificou o momento presente como uma oportunidade para reforçar a promoção das conservas portuguesas de peixe fabricadas em Portugal, tendo em conta a atual valorização dos alimentos em conserva e a forte atividade do setor, o qual exporta anualmente cerca de 70% da produção ao qual correspondem 43 mil toneladas e um valor 226 milhões. Entre as espécies mais exportadas estão em primeiro lugar o atum, seguido da cavala e da sardinha. A fileira produz atualmente 62 mil toneladas, 30% das quais para o mercado nacional, e é responsável por 3500 postos de trabalho diretos, 90% dos quais ocupados por mulheres.

Sobre as consequências da pandemia sanitária, «nos últimos meses, a indústria manteve a sua atividade, permitindo que os consumidores mantessem a sua confiança nas cadeias alimentares», destacou. Aproveitou, também, o momento para evidenciar que as fábricas nacionais estão a acompanhar a tendência dos produtos mais saudaveis, dando o exemplo das conservas em água e com menor teor de sal, evidenciando o respeito pela sustentabilidade, pelo ecossistema e pesca. 

«É preciso criar as condições para que esta dinâmica ganhe sustentabilidade e que o valor das nossas conservas seja reconhecido pelos consumidores», evidenciou o presidente da entidade, destacando que as importações de conversas poderiam ser substituídas por produtos fabricados nacionalmente. José Maria Freitas acrescenta que «a realização de uma campanha abrangente e coletiva traz benefícios para toda a indústria, permitindo a presença conjunta das marcas em ações e iniciativas estratégicas e promovendo uma melhor rentabilização dos recursos financeiros, mas também, que as conserveiras beneficiem, individualmente, da exposição e mediatização decorrente das ações que foram pensadas para promover e aumentar a notoriedade do setor conserveiro português».

A campanha "Vamos conservar o que é nosso» surge como uma «marca chapéu» e «algo completamente inovador para a indústria, sob a qual vão decorrer um conjunto de iniciativas de caráter coletivo para dinamizar o mercado interno e valorizar a oferta nacional», concluiu.

"Vamos conservar o que é nosso" em ação

Vamos conservar o que é nosso

Isabel Tato, secretária-geral da ANICP, apresentou a campanha de comunicação a nível nacional que arranca no próximo dia 24 de junho. A campanha é concretizada de forma integrada nos vários de meios de comunicação, nas redes sociais - que já têm vindo a demonstrar o seu sucesso -, mupis, mas também na construção de relações com a imprensa especializada nacional e internacional para potenciar a exposição e mediatização e aumentar a notoriedade dos conserveiros portugueses a nível global.

O primeiro passo baseou-se na criação de uma marca coletiva, da qual fazem parte todas as associadas da ANICP. O objetivo passa pela criação de uma marca única e abrangente, que assente em atributos de origem, qualidade, tradição, sustentabilidade, diferenciação, singularidade e autenticidade, salvaguardando o interesse nacional. Em seguida, surgiu a implementação de uma campanha multimeios. 

Foi, ainda, apresentada a mensagem da campanha "Vamos Conservar o que é nosso": "O bom sabor das conservas portuguesas vem do melhor peixe, das mãos calejadas dos homens, que há gerações e gerações andam no mar, e das mãos delicadas das mulheres, que as preparam com uma sabedoria ancestral. São os nosso sabores, a nossa tradição. Temos que conservar. Só as conservas portuguesas podem usar este selo".

É pretendido que a campanha, que agora arranca e que se prolonga até setembro, sirva de argumento para o crescimento e competitividade do tecido económico constituído pelas indústrias de conservas de peixe portuguesas e permita aumentar a produção nacional.

Ricardo Serrão Santos, ministro do Mar, encerrou o evento, destacando que «a iniciativa sinaliza o que eu gostaria de ver como alavanca de apoio à produção da indústria conserveira nacional», esperando que esta «venha reforçar a dinâmica deste setor, que tem demonstrando capacidade de inovação e adaptação» ao longo dos anos.

«A ultima contigência, a pandemia, que foi, talvez, a mais inesperada, tem vindo a complicar e a nao facilitar, daí a importancia destas campanhas», apontou, reforçando a vitalidade e relevância das indústrias da pesca, bem como a tecnologia e o marketing implementados pelas empresas. «Hoje temos fábricas modernas que dispõe de meios avançados, que utilizam energia eficiente e asseguram a segurança das fábricas».

«As conservas portugues são conhecidas e reconhecidas pelas qualidade, com o reconhecimento dos produtos nacionais. É uma indístria que, quando o pescado das nossas aguas é escasso, tem sabido procura-la no mercado internacional e processar nas suas fábricas com um saber e arte unicas»

Ricardo Serrão Santos destacou o superavit que a indústria conserveira representa na balança comercial nos produtos da pesca, bem como a sua qualidade e dinamismo num mercado altamente concorrencial.

Sobre a campanha, reforça que esta se trata de uma iniciativa «criativa» e que «visa o mercado nacional», permitindo aos portugueses descobrir e redescobrir» a qualidade dos novos produtos. «As conservas do pescado sao produtos com alto valor nutricional, saudáveis, sustentáveis, produzidos numa indústria que se quer sustentável. Os consumidores finais e distribuição exigem este tipo de selo». 

«O lançamento desta campanha, num momento de recuperação económica e de pertinência de valorização do que é nosso, não poderia ser mais importante», concluiu. 

A campanha "Vamos conservar o que é nosso" constitui um investimento de mais de 680 mil euros, incluindo todas as iniciativas de comunicação e promoção, sendo financiada pelos Mar2020, Portugal2020 e União Europeia.