Açores: Centro do Leite impossibilitado de aceder a apoios à promoção
O Centro Açoriano do Leite e Laticínios (CALL) não pode apresentar uma candidatura em seu nome ao cofinanciamento, pela União Europeia, de campanhas de promoção de produtos agrícolas, porque teria de ter, pelo menos, dois anos de existência para se poder candidatar aos apoios disponíveis.
Como explica Maria Carolina Câmara, presidente do IAMA - Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas e presidente do CALL, o Centro Açoriano do Leite e Laticínios foi constituído em agosto, e depois, em outubro, realizou-se a assembleia geral, tendo sido eleitos os órgãos sociais.
Nesse mesmo mês, foi enviada uma carta, dirigida a Diego Canga-Fano, diretor das Relações Multilaterais e Política de Qualidade da Comissão Europeia, com o objetivo de esclarecer os requisitos para a apresentação de candidaturas a estes apoios. E a resposta, que chegou no início de dezembro, deixou claro que o CALL cumpre a generalidade dos requisitos, com a exceção de não ter ainda dois anos de existência.
Maria Carolina Câmara sublinha, no entanto, que os membros do CALL estão «empenhados em encontrar uma solução para que se consiga fazer candidaturas aos apoios para promoção dos produtos agrícolas, e é por isso que os quatro sócios fundadores vão a Bruxelas», disse.
O CALL participa, a 31 de janeiro, numa sessão de informação organizada pela Comissão Europeia, onde estará precisamente Diego Canga-Fano, o mesmo que em setembro esteve em São Miguel para participar numa iniciativa da eurodeputada Sofia Ribeiro, onde alertou os produtores açorianos para o facto de não estarem a aproveitar estes apoios, ao contrário da Madeira.
Maria Carolina Câmara diz agora que, em Bruxelas, os membros do CALL pretendem «identificar as possibilidades de obter esse financiamento e que instituições poderão candidatar-se».
São 128,5 milhões de euros, ao todo, reservados para iniciativas de organizações de produtores e associações profissionais, com o objetivo de promover os seus produtos, seja através de campanhas, seja através da participação em eventos, feiras e exposições. E as candidaturas têm de ser enviadas até 20 de abril de 2017.
Jorge Rita, presidente da Federação Agrícola dos Açores estranhou, ontem, não ter ainda conhecimento da resposta à carta enviada pelo CALL.
«Penso que o governo tem conhecimento da resposta, mas nós não temos. Se a Secretaria Regional a tem em sua posse, falha porque não transmitiu aos restantes membros do Centro Açoriano do Leite e Laticínios. Mas agora vamos em frente, e vamos a Bruxelas», afirmou.
Para Jorge Rita, «é um programa que temos de aproveitar, até porque liberta verbas regionais para a promoção dos produtos nos mercados exteriores e possibilita a sua promoção de forma mais articulada, independentemente das marcas».
«Se vendermos os nossos produtos em novos e melhores mercados, isso tem reflexo na produção, porque as indústrias terão a obrigação de pagar melhor», sublinhou ainda.
Fonte: Açoriano Oriental