50% dos alimentos vendidos na UE são comercializados por 10 cadeias de supermercados
10 cadeias de supermercados são responsáveis pela comercialização de quase 50% dos alimentos vendidos na União Europeia, apenas 50 indústrias garantem metade das vendas de alimentos no mundo, só quatro empresas produzem 60% dos alimentos para crianças e 80% do mercado de chá é controlado por três operadores.
Um pequeno número de empresas controla a maior parte dos alimentos que se comercializam no mundo, uma monopolização alimentar para a qual um estudo do Friends of The Earth Europe alerta, por acarretar riscos em termos de sustentabilidade futura.
O “Agrifood Atlas” proporciona dados sobre a concentração da produção alimentar e as suas consequências em termos de emprego, condições laborais, produção no futuro ou a capacidade de escolha dos consumidores.
O estudo foi feito em colaboração com a Fundação Rosa Luxemburgo e a Fundação Heinrich Boll e a sua apresentação coincide com a decisão da Comissão Europeia sobre a autorização da fusão entre a Monsanto e a Bayer.
Das 12 maiores fusões assinaladas nos últimos dois anos, cinco envolveram empresas do sector agroalimentar.
De facto, nos últimos anos, registou-se uma onda de fusões e aquisições que resultou num controlo do mercado alimentar por parte de poucas empresas. Por exemplo, na área dos cereais para pequeno almoço, quase 80% dos produtos são controlados por apenas quatro empresas.
O estudo alerta ainda que as grandes fusões entre empresas agroalimentares resultam na intensificação da produção ao longo de toda a cadeia, pelo que, atualmente, 20% dos terrenos agrícolas do planeta estão degradados.
Esta onda de fusões procura dominar e poupar custos no mercado global, o que, indica a Friends of The Earth Europe, se traduz na perda de milhares de postos de trabalho e na deterioração das condições laborais.
Apesar da elevada produção alimentar, a fome continua a persistir entre a população mais envelhecida. A colheita global dos cultivos equivale a uma média de 4.600 quilocalorias por pessoa e dia, mas mais de metade se perde na cadeia alimentar.
Fonte: Grande Consumo